A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania rejeitou na  quarta-feira (24.08) uma série de propostas que buscavam impedir ou  limitar a cobrança de estacionamento em shoppings, supermercados, parques e outros estabelecimentos comerciais.
 
Foram rejeitados o Projeto de Lei nº 2.889/97, do Deputado João  Paulo Cunha (PT-SP) e outros 30 projetos apensados – todos ainda serão  analisados pelo Plenário. Os textos buscam, entre outras medidas,  garantir um período mínimo gratuito aos consumidores e até mesmo o abono  total da tarifa para quem comprar produtos no estabelecimento.
 
As iniciativas foram consideradas inconstitucionais por violar  princípios como o da livre concorrência e da propriedade privada. Foram  26 votos contrários, 14 votos favoráveis e uma abstenção.
 
“A Constituição só admite a intervenção do Estado na livre  iniciativa quando houver abuso do poder econômico. A liberdade do  empresário de cobrar ou não a vaga no estacionamento de uma propriedade  privada em hipótese alguma constitui um abuso”, defendeu o Deputado  Fábio Trad (PMDB-SP), autor do parecer aprovado pela CCJ.
 
Segundo ele, o Supremo Tribunal Federal já tem decisões contra a limitação da cobrança de estacionamento.
 
O parecer de Fábio Trad venceu o voto do relator original, Deputado  Chico Lopes (PCdoB-CE), que defendeu a aprovação dos projetos. Lopes  protestou contra a rejeição do seu parecer. “Meu relatório não está  negando a propriedade privada e trata apenas de relação de consumo”,  argumentou.
 
Pendência
A CCJ não votou três propostas que  também tramitam em conjunto com o texto principal: os PLs nºs 1.166/11,  1.185/11 e 1.372/11. A comissão entendeu que as propostas foram  apensadas depois de iniciado o processo de votação do texto principal na  CCJ e, por isso, não caberia se manifestar sobre eles.
 
O colegiado enviou recurso para a Mesa Diretora decidir sobre a  tramitação dos projetos. A Mesa pode determinar o envio das três  propostas ao Plenário, mesmo sem a manifestação da CCJ, ou exigir que os  textos sejam analisados pela comissão.